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  • Foto do escritorEdneide Assis Amaral/Edi

Pintando nossa tela de branco?


Que estamos vivendo uma época de desestruturação não parece ser uma novidade para ninguém. Tempos difíceis, de muitas separações e dúvidas, porém, que tudo isso faz parte de uma transformação.

De tempos em tempos a humanidade atravessa esses desertos cheios de miragens para poder contemplar outros espaços e significações. Nós somos os grandes construtores dessa vida com nossas percepções e somos colaboradores para que haja morte e renascimento nesse processo.

Vamos morrendo e renascendo junto com os movimentos de uma época insólita, embora cheia de tecnologia e possibilidades. Tantas possibilidades quanto possível! As escolhas são tantas e tão atraentes que nos perdemos de nós mesmos. A vida torna-se um dispáro.

Estamos aprendendo a renovar as nossas visões de mundo, receber novos paradigmas e recriar as nossas vidas, para desobrir que sentimos saudades do essencial. O essencial diz respeito ao nosso íntimo, à nossa subjetividade e capacidade de tornar a vida significativa internamente.

Chegamos ao ponto onde carregamos camadas e camadas de pinceladas sobre nossa tela, metaforicamente expressando, e agora não sabemos muito bem distinguir que cores, que formas e espaços existem ali. É possível pintar nossa tela de branco e recomeçar? Suponho que temos que carregar nosso caos. Recriar os espaços, disponibilizar ainda mais outros. Recortar, colar, dobrar, rasgar, sobrepor partes que se unem ao nosso caos, e ir caminhando com o conhecimento que podemos ter sobre nós mesmos.

Para citar o grande poeta que admiro, Ferreira Gullar disse que um artista constrói a forma e há a transcendência. Ele busca algo que vai para além da forma. Penso que nossa vida sempre, e mais ainda hoje, anseia por essa transcendência para além dos espaços que criamos para receber tudo o que for necessário à nossa jornada ao ponto onde estamos agora.

Não se trata de pintar nossa tela de branco no ponto onde nos encontramos agora, mas sim adquirir mais telas e por nelas o sentimento de estar vivendo algo próprio e juntar essas novas construções a tudo o que anteriormente foi posto no caos de tantas camadas já sobrepostas e ainda assim estar falando sobre algo que tem signifnicado para nossa jornada.

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