A DITADURA DA FELICIDADE

"Se quisermos avaliar a situação de uma pessoa pela sua felicidade, deve-se perguntar não por aquilo que a diverte, mas pelo que a aflige." Schopenhauer

O título vai soar estranho, mas vou torná-lo mais compreensível. Quando pensamos em felicidade fazemos uma conexão direta com realização, e é muito importante olhar para essa possibilidade com toda receptividade que nos for possível, porque ser feliz é uma das coisas mais valorosas da vida.

Vivenciamos muitos sentimentos e falar de felicidade como algo desejável em negação a momentos de tristeza e angústia é muito complicado pois, um estado de tristeza pode ser construtivo em nossa vida. Se estamos tristes precisamos olhar mais atentamente para isso e percebermos o que está sendo sinalizado, que aspectos estão precisando de atenção e mudança. Não é necessariamente para sair correndo para longe da tristeza e sim fazer contato com ela e descobrir o seu significado.

Às vezes, é preciso chorar, olhar a angústia de perto e descobrir novas possibilidades à partir desses estados. A felicidade a qualquer custo é algo muito cansativo porque precisamos ter o direito de vivenciar qualquer sentimento que se interponha em nossas vivências diárias. Todos eles falam de nós.

Não se obrigue a ser desesperadamente feliz a qualquer preço. Antes ter uma felicidade sincera e uma tristeza sincera, mas que constituem transformações e novas consciências mais edificantes para a vida, do que se anestesiar na felicidade desenfreada sem ao menos perguntar se estamos sendo realmente felizes, ainda mais na felicidade instantânea que o mundo contemporâneo nos oferece todos os dias.

Lembremos que felicidade não é um conceito homogêneo e depende dos valores, percepções e necessidades de cada pessoa, ou seja, o que faz uma pessoa feliz pode não fazer a outra. Precisamos compreender a felicidade de uma forma mais ampla e a tristeza de uma forma mais edificante.