top of page
Buscar

DESONESTIDADE: UM CAMINHO RUMO AO PRÓPRIO FRACASSO

  • Foto do escritor: Edneide Assis Amaral/Edi
    Edneide Assis Amaral/Edi
  • 19 de jun. de 2016
  • 2 min de leitura

Recentemente descobri que fui alvo de um ato desonesto, e pensando sobre isso mais profundamente, percebi que tais atos falam não só do que nós temos vivenciado hoje em matéria de desonestidade no quadro político do Brasil, e sinceramente, acho que isso tem forte influência sobre o povo.

Trata-se também inegavelmente de um problema de caráter, uma postura aleijada diante de acordos e diálogos. Lamentavelmente, há uma consciência por parte de quem aplica o golpe, tanto que o sujeito esconde seus atos. Se acaso não houvesse essa consciência também não haveria a intenção deliberada de esconder-se, porém, tudo a seu tempo nos é revelado de alguma forma.

Creio que nem todos pensem nesse princípio de que não há esconderijo para um caráter torto. Ele sempre se revela, porque é descuidado, apressa-se a se dar bem antes que seja descoberto, mas sendo bem metafísica no que vou dizer, o Universo revela cedo ou tarde essas coisas. Foi assim que descobri que fui enganada ou deixei-me enganar, porque tenho de considerar a minha parte igualmente.

Em uma manhã, quase de madrugada, na fila do ônibus alguém revelou-me tudo o que eu precisava saber inocentemente através de um assunto aleatório. Claro que nos sentimos péssimos, mas não fui buscar explicações, como dizem na expressão popular " tirar a limpo", porque a desonestidade consome, corrói, desnutre, fragmenta, empobrece e degenera a si mesma. Se ela fosse um bem ninguém precisaria escondê-la. Não vejo destino mais triste do que tornar-se consumido pela própria falta de caráter.

O título desse texto diz que a desonestidade é o caminho para o próprio fracasso, e é preciso compreender que o fracasso ao qual me refiro não é em relação a bens, dinheiro e posição. Refiro-me ao fracasso enquanto ser humano, o fracasso da alma e de carregar dentro de si essa condição de escondido, mascarado e avarento. Por mais que a pessoa não perceba, ela está subtraindo de sua alma anos de saúde, de vida e de sossego que não gozará quando estiver (e se chegar) no fim de sua vida. Isso não é uma maldição, nem vingança divina de acordo com algum dogma religioso. Diz respeito a um cálculo que também não partiu de mim, mas é uma espécie de condição que o mistério da vida nos impõe.


 
 
 
bottom of page