Breve reflexão sobre o envelhecimento.

Faz algum tempo que não posto nenhum texto no blog, mas hoje senti vontade de retornar à ele para contar sobre minha experiência com os atendimentos em grupo aos idosos da empresa onde trabalho.

Primeiramente, devo dizer o quanto tem sido importante esse trabalho como arteterapeuta. Colho frutos e sou agraciada com todos os relatos que ouço, pois esses se referem à um período da vida de grandes fragilidades, mas no qual pode haver construção criativa diante dos desafios vividos.

Envelhecer é um desafio para o corpo e para a alma certamente. Não há como negar isso, mas se formos bem otimistas perceberemos que é um período muito profundo. Infelizmente, envelhecer em nosso país é uma tarefa complicada por motivos operacionais, políticos, sociais e econômicos. A nossa cultura, além disso, é bastante resistente ao envelhecimento.

Acolho muito quando Carl Gustav Jung diz que no envelhecimento reside um potencial criativo, se assim tivermos condições de ver. Se nutrirmos um sentimento contrário à isso, envelhecer se torna então um caminho para a indisposição e inutilidade. Claro que não sabemos, embora façamos preventivos e tentemos manter um estilo de vida saudável, quais problemas irão se interpor em nosso caminho quando formos idosos além de todos aqueles que já constam no histórico de nossas famílias, porém isso deve nos fazer rejeitar esse processo que é parte da vida para tudo vive?

O desejo de livrar-se do envelhecimento seria o mesmo que seccionar uma parte do desenvolvimento humano, que fala do tempo, das experiências de vida e de toda sabedoria que nela reside e que pode ser transmitida através das gerações. O sentimento que me acompanha é de que deveríamos aprender, até porque inexoravelmente é o que nos espera se não morrermos jovens, a acolher essa etapa da vida e nos conciliarmos com ela da melhor maneira possível.